Thursday, April 5, 2007

Nham Nham 1

"Oh, imaculado arauto de Lúcifer,
Oh, Vénus dos novos e brandos tempos…
Esse roçagar de fantasia…
Esse ar de quimera e utopia…

Tudo em ti é belo e terreno,
Tudo é inócuo e sublime…
Meu ente exclama de agonia
Ao fitar tamanha ousadia
Desse afoito ser criador
Que concebeu objecto de tão intensa dor…

Oh, pura candidez
Desse autor fecundo
E libidinoso, que retumbando a timidez
Concebeu e agigantou ser tão rotundo
Lascivo e deleitoso evocado Mulher…

Objecto de desmedidas paixões
E retumbantes emoções…
Arrebata o mais lógico dos racionais
Alicia o mais altivo dos mortais…

Oh, ser tão formoso e manipulador
Oh, assustadoramente dissimulador…
Abarcas a mente, envolves o todo
Alojas luxúria, assolas um povo…

Que outro ser terrivelmente mordaz
Poderia lograr tanta lúcida mente?
Será este um ente sagaz?
Ou um casto e puro ser somente?"

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