Cresci à força...
Dobrei os meus 18 anos com uma dor estranha e distante... A alegria de tão solene data foi eclipsada pela estupidez e crueldade do negrume da morte...
Um ano de despedidas... Ciclos que inevitavelmente se fecham... A grande diferença do culminar da minha criancice e atingir da maioridade e maturidade foi exactamente esta assustadora constância das despedidas... Tudo é temporário e efémero... Tudo se acaba repentina e estupidamente... Passei ultimamente coisas incríveis e inesquecíveis com pessoas que provavelmente nunca mais voltarei a ver...
E porquê? Porque a "mudança" como entidade superior se impõe como um dogma que limita as nossas vidas... Tudo termina como começou... Friamente... Cruamente...
Um novo ciclo se aproxima, com a certeza de que o que neste momento vivo, muito em breve se irá diluir... Deverei ter pena? Penso que não... "pena tem as galinhas"... Talvez faça parte da vida, do nosso crescimento enquanto seres humanos pensantes e altamente adaptáveis...
Em mim muito mudou com esta radicalidade das coisas... Estou mais vivo e vivo mais intensamente a passagem por este mundo... Se tudo acaba amanhã, porque não aproveitar este dia de hoje?
Amanhã, quando acordar, estarei num outro sítio... Conviverei com pessoas completamente distintas das que hoje conheço...Terei outros hábitos e rotinas... Tomarei café noutros sítios... Apanharei diferentes buracos no caminho para casa... Terei o mesmo tipo de desilusões de sempre, mudando apenas os intervenientes... Não ouvirei a vossa voz...
Será isto bom? Não necessariamente... Mas ao menos que seja realmente diferente, ao menos que possa, sem dúvida, dizer que 'estou vivo'...
Tuesday, April 24, 2007
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