Jorge cresceu protegido, ajudando a mãe a tomar conta dos três irmãos mais novos. Aos 10 anos, foi iniciado em seu primeiro ofício: borracheiro. Aos 13 anos, começou a ir para a porta dos bailes, mas só conseguiu entrar aos 16. Jorge teve muitas profissões. Além de borracheiro, foi relojoeiro, marceneiro, office-boy, contínuo de banco. Mas, desde garoto, já prestava atenção ao samba e apreciava ver o pai tocar percussão em orquestras de baile de carnaval, de coreto de praça, de parque de diversão. Aos 10 anos, já havia decidido: queria ser músico e cantar.
Quando o jovem músico já começava a ganhar a vida cantando em bares nocturnos da zona norte carioca, aconteceu a tragédia. Vitório, o irmão do meio, morreu assassinado numa chacina na padaria do bairro. A família se desestruturou e Jorge foi parar à rua. Vagueou durante três anos sem ter onde morar. Mudou de hábitos, adquiriu vícios, perdeu peso, perdeu o sono. Passou noites em vigília, conversando com o medo. Costuma dizer, com o bom humor que lhe é próprio, que a maior lição que tirou das ruas é: "Durante o dia não se avisa duas vezes. Porque está claro".
Tuesday, November 13, 2007
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